Dois homens de bem

Clovis de Barros Filho*

Boas recordações nos traz esse post tirado do livro de Celina Correia Ferro. Padre Alfredo teve uma grande importância em minha vida. Foi ele quem me batizou na Igreja de São Sebastião na Prata. Tive oportunidade de vê-lo por todas as vezes que ia celebrar missas na nossa vila. Padre Alfredo me apelidou devido minha compleição física mais frágil, como Caroço de Feijão de Corda. Todas as vezes que minha mãe me levava à sua presença ele me chamava carinhosamente pelo apelido. Apesar do seu jeito meio bravo Padre Alfredo era um bom homem de alma generosa. Costumava deslocar-se de Bom Conselho para Prata num Fordeco de capota de lona, 1929 que para pegar tinha uma manivela na frente que acionava o motor. Há uma semelhança mito grande entre Padre Alfredo Dâmaso e Mons. Adelmar da Mota Valença. Os dois eram pessoas sérias que não gostavam de brincadeiras. 

Duros quando tinham que ser. Ambos eram pessoas extremamente caridosas e que só pensavam em difundir o bem. Padre Alfredo era mais explosivo porém sem perder a ternura. Mons. Adelmar mais calmo porém ai de quem pisasse no seu calo. Os dois marcaram indelevelmente de forma positiva toda uma  geração. Hoje nosso país sente a falta de pessoas com essa postura e esse espírito. E o mais trágico, é que à medida que o tempo passa figuras proeminentes e da paz como os dois padres se tornam cada vez mais raro encontrar, mesmo nas  igrejas. Hoje você encontra de tudo. Padres cantores, padres galãs, padres marqueteiros, padres pedófilos, padres larápios e vai por ai afora.

*Clovis de Barros filho nasceu na Serra da Prata (Iatecá). Estudou no Colégio Diocesano de Garanhuns do Admissão ao Científico onde concluiu em 1968. Reside em São Paulo desde 1970. É Licenciado e Bacharel em Química Industrial pela Universidade de Guarulhos e Químico Industrial Superior pelas faculdades Osvaldo Cruz - SP.

Fotos: (1) - Padre Alfredo Pinto Dâmaso. (2) - Monsenhor Adelmar da Mota Valença.