Há um limite em tudo isto que age sutilmente, não em proveito próprio e sim para o bem de nós todos. Só que não sabemos identificar o motivo especial de sua atuação. Por isso em nenhuma outra época o ceticismo e o espírito de negação estiveram mais espalhados em todas as classes da sociedade. Nesse sentido cada um procure saber o quando a ordem da coisa atual ainda deixa a desejar. Depois de ter de alguma sorte esgotado o bem estar material, que é o produto da inteligência, chega-se a compreender que o complemento de tal bem-estar só se encontra no desenvolvimento moral. Quanto mais se avança, mais se sente aquilo que falta, sem que todavia seja possível ainda defini-lo claramente é o efeito do trabalho íntimo que se espera visando a regeneração. As pessoas têm desejos, aspirações, que são como pressentimento de um estado melhor. Esta percepção é o estado de espírito do educador por vocação. Especialmente do Sacerdote que escolhido pela espiritualidade se propõe ensinar e conduzir gerações. Não só as letras, a literatura, as artes mas, sobretudo, dilatando impérios através da ciência e Fé.
Monsenhor José Ferreira Antero (foto). Providencialmente, mandou-o, Dom Luís de Brito, para esta terra, o padre Antero, onde chegou em março de 1912, para ser capelão do Santa Sofia e coadjutor do seu primo. Monsenhor Afonso Pequeno. Três anos depois, fundado o Ginásio Diocesano, era a mão firme do Padre Antero que o sustentava. Diretor, disciplinário, professor, secretário, tesoureiro, mordomo, enfermeiro, ele era tudo. Era um sacerdote completo.
Exímio professor de Português, Francês, Geografia, Coreografia, Cosmografia e Religião. Todos os seus alunos foram submetidos a exames rigorosos no recife e voltavam aprovados com distinção. Educador completo e autêntico líder espiritual. Era a própria ordem em pessoa. Primava pelo espírito de lealdade e pelo amor a justiça. Austero, infundia respeito em tudo, fechado ao diálogo, mas, não era cruel. Estava sempre de coração aberto para perdoar. Nas festas do fim do ano letivo. Só se vendo como tudo mudava, e como era festivo o seu espírito. Cultivava o bom teatro, dramas, comédias, cançonetas, monólogos, poesia tudo ele escrevia e ensaiava. Era um talento polimorfo. Homem sem deslize, possuía a autoridade para exigir dos seus felizes alunos o cumprimento integral de seus deveres. Sabia conjugar a sua energia com a doçura do seu estado de Espírito. De família sacerdotal (mais de trinta padres na família). Sabia infundir e despertar o amor pelo sacerdócio.
Nasceu em 31 de agosto de 1877, deixou a nossa Garanhuns em dezembro de 1926. É sempre uma figura lembrada pelo seu exemplo de bondade. A semente que ele plantou e regou, fez crescer e produzir frutos que aí estão como árvore frondosa que pôde suportar tempestades as mais violentas, sem abalar suas raízes, por são que beberam a seiva pura e vigorosa do grande e inesquecível Monsenhor José Ferreira Antero.
*Dr. José Francisco de Souza / Advogado, jornalista e historiador / Garanhuns, 22 de abril de 1978.
Foto: Monsenhor José Antero.
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