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Relógio de Flores - Garanhuns, PE |
José Inácio Rodrigues| Garanhuns
Final de julho, Cidade Serrana. Cidade alta. De tão alta coberta de névoa, parece ficar mais perto do céu. As árvores dão a impressão de estarem encolhidas. Também poderá, o frio é intermitente! O orvalho embeleza nossas plantas.
Nos jardins as flores apresentam aspectos de quem chora. Silêncio de quem medita. Sorriso terno de quem homenageia a nostalgia dos seresteiros! Noite de julho. Noite fria. Só a voz dos boêmios quebra o silente véu da noite conciliando o sono de quem respeitosamente os escutam.
As ruas apresentam um ar de deserto molhado, por mais inverossímil que essa ideia pareça.
Ah! Garanhuns de ruas ladeirosas; de "colinas verdejantes", numa delas no seu ponto mais alto, do mais lindo por do sol, foi erguida a estátua do Cristo/, pelos amantes da arte. Simbolizando a presença do Mestre pronunciando sermão por sobre as montanhas azuis da histórica Galileia.
Garanhuns, razão de ser de minha existência; berço dos meus antepassados; nos teus pés eu choro minhas mágoas; confesso meus segredos; falo dos meus amores; das minhas vitórias; das cicatrizes que carrego na alma.
Embala-me Garanhuns! Com a ternura de mãe e corrigi-me com austeridade paterna.
Fonte: Relendo o Passado em linguagem poética de José Inácio Rodrigues.
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