Homem de poucas palavras, mas de um testemunho reconhecido além fronteiras, soube, com rigor a afabilidade, quando necessários, educar gerações, que souberam guardar os seus valiosos ensinamentos com sabedoria.
Recordo as aulas de civilidade, as homilias durante as missas na Capela, "as broncas" nos corredores e no pátio do recreio, que ficava entre as salas de aula, pois, não existia a quadra coberta.
Certa vez, pasmem, somente uma vez, flagrado pelo Padre, como era chamado na época, subi as escadas e fiquei com os braços cruzados, olhando para a parede, sob ordens de Marcílio Valença, famoso diretor de disciplina, e anos depois companheiro do Tiro de Guerra 265, servindo ao Exército Brasileiro.
Padre Adelmar falava forte, mas com muito amor, daí o amor e respeito dos seus alunos e ex-alunos, pois o seu exemplo estimulava a formação de todos.
Relembro um fato inesquecível: durante um Coquetel de formatura do 2º Grau, em 1964, às vésperas do vestibular de Direito, no refeitório do Colégio, o colega Edson Mateos de Alencar, falecido em 1965, falou em meu ouvido com admiração: "Veja quem está servindo como garçom, colocando suco nos nossos copos. "Olhei e, ali, em frente, servindo ao Jodeval Duarte, outro companheiro do Curso Clássico, estava o interno Joaquim Guerra, filho do então governador do Estado de Pernambuco, o Dr. Paulo Pessoa Guerra.
A simplicidade do Colégio Diocesano e a humildade do seu diretor, o Monsenhor Adelmar, que tratava todos com igualdade, serviram como um sermão para cada formando. No refeitório estavam futuros advogados, médicos, escritores, jornalistas, odontólogos, professores... Hoje, trabalham cantando com entusiasmo e reconhecimento "Alto Padrão de Civismo e de Glória"... e, ainda, "Ginásio Amigo, Querido Lar, Tudo Faremos Por te Exaltar"... como naquela noite das despedidas do Padre, professores, colegas e funcionários do Gigante da Praça da Bandeira, hoje Praça Monsenhor Adelmar da Mota Valença, homenagem justa, por que os dois se confundem; o Gigante e o Padre, o Padre e o Gigante. Qual o mais importante?
Quero agradecer, pela oportunidade, lembrando que fui pelas Irmãs Mirtes e Cândida, devotadas ao trabalho educacional das jovens do Ginásio do Arraial, hoje Colégio Monsenhor Adelmar.
Uma honra falar/escrever sobre o Monsenhor Adelmar, que tanto contribuiu para minha formação espiritual e profissional.
*Antônio Edson de Araújo Lima (foto), ex-aluno do Colégio Diocesano de Garanhuns, advogado, jornalista e radialista.
Fonte: Monsenhor Adelmar da Mota Valença Vida o Obra - Centenário de Nascimento 1908 - 2008 - Irmãs Cândida Araújo Corrêa e Maria Mirtes de Araújo Corrêa.
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