Poucos meses antes no final do ano anterior O Barão de Nazaré havia estado em Garanhuns, à época, um pequeno vilarejo serrano, encravado e circundado de Colinas Verdejantes. "Lá tem fontes de água boa, de excelente qualidade". Teria dito o médico do Barão de Nazaré, que estava com problemas de saúde, acometido de complicações renais. Mais que uma informação, mas entendendo como recomendação médica, o Barão de Nazaré veio para a Vila de Garanhuns e ficou um tempo, com certeza bebendo muita água, caída das cascatas e riachos que brotavam das fontes cristalinas. Ao que se sabe, ficou curado e sentiu-se agradecido tanto pela boa acolhida e sobretudo pelos benefícios à sua saúde em decorrência do clima saudável.
Nascido em 10 de fevereiro de 1834 na cidade do Cabo, Pernambuco, Silvino Guilherme de Barros, que tomou o sobrenome da mãe: dona Mariana Teresa de Barros e não o do pai e Advogado João Batista de Araújo, foi importante comerciante de "Secos & Molhados" na cidade do Recife. Foi também militar, chegando à patente de Coronel da Guarda Nacional (quando reformado). Mas seu perfil biográfico registra destaques importantes como político eleito Deputado Provincial, exercendo profícua atuação durante três mandatos seguidos, pelo Partido Liberal. Figura respeitada em todos os locais, possuía vários títulos, destacando-se o de Comendador da Imperial Ordem da Rosa.
Há de se recordar que nos preâmbulos da sua antecedência histórica, algo em torno de dois séculos antes, paralelamente às guerrilhas dos escravos "Quilombolas", tropas já haviam se instalado por estas colinas verdejantes, nas demarcações da Sesmaria dos Burgos de Nossa Senhora do Desterro. A sede da Capitania fora na Fazenda do Garcia e posteriormente adquirida pelo Tenente-Coronel Manoel Ferreira de Azevedo, este marido de Simôa Gomes de Azevedo, neta de Domingos Jorge Velho. Simôa, a "matriarca" de Garanhuns cujo nome é reverenciado na transitoriedade histórica desta nossa querida terra.
Neste período de um século e mais quatro décadas, Garanhuns registra momentos especiais no elenco dos fatos, com a marca e a poeira do tempo, relacionados ao seu progresso, crescimento e o advento de grandes melhorias, tanto da terra e para a terra, como dos administradores do povo, aqueles chamados hoje de Gestores da Administração Pública Municipal. É bem de ver, assim conta a história: uns de gestões anêmicas e ou quase passageiras, sem deixar nelas, traços marcantes da sua transitoriedade. Outros, mais afortunados e bafejados pela sorte, ou até mesmo que se mostraram mais diligentes e mais capazes, deixaram marcas do talento político, da capacidade gerencial e da competência de administrar a "Coisa Pública".
Olhando um pouco períodos mais recentes, aqueles desta nossa existência, lembramos alguns nomes de Prefeitos que fizeram história e deixaram marcas. Da nossa memória, guardamos nomes de alguns: Celso Galvão, (amigo de meu pai Antônio Reinaux). O registro também de Euclides Dourado, de Luiz Souto Dourado, de Francisco Figueira e de épocas mais recentes o estimado Amílcar da Mota Valença, este por dois mandatos (separados por dez anos). Um registro especial ao estimado amigo de sempre e Prefeito de todos nós: Ivo Tinô do Amaral, igualmente Chefe do Executivo de Garanhuns por duas gestões (separadas por quatro anos). Sem exagero estes gerando a Administração Pública Municipal, com aqueles atributos aos quais nos referimos, merecem aquela página na Galeria de Honra dos Homens Públicos de Garanhuns. Aqueles das lições de competência e habilidade política. Deles temos uma herança muito rica, na construção de dias vindouros, com alicerces findados.
À todos, à nossa sempre amada, nunca esquecida, parabéns Garanhuns neste dia.
*Advogado, jornalista, professor, escritor, historiador e pintor.
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