Dr. José Francisco de Souza*
Grandes Vultos de Garanhuns - O homem que nasce no sertão encaminha-se todos os dias para a zona do mistério. A natureza inclemente cáustica o viver de seus filhos. Mas, o espírito fortalecido representa o milagre. O terreno árido e inculto em que só vegeta plantas rasteiras não lhe assusta. As suas relações com o seu meio supera essas dificuldades. Esse problema de ordem ecológica é vencido pelo homem que espera e crer. A sua capacidade de adaptação é bem estruturada. Cada dia se renova de acordo com a sua coragem moral.
Representante de uma família de nobres tradicionais sertanejas. Abriu os olhos para esta vida, em 10 de abril de 1891, no município da Pedra - PE. Casou-se com Dona Quitéria Tertulina de Barros. Depois de muitas lutas no seu campo de trabalho, resolveu residir nesta cidade, à rua 15 de Novembro. Pai de numerosa família entendeu que deveria educar os seus filhos, proporcionando-lhes novos horizontes no campo luminoso das letras. Os que estudaram e escolheram o colégio Diocesano e o Santa Sofia.
Em pouco tempo identificou-se com a nossa Garanhuns. Foi um dos colaboradores da terra no campo da produção. Pecuarista em alta escala, proprietário de mais de uma fazenda no sertão. Esteve sempre participando e cultivando várias atividades agrícolas. Madrugador e sempre jovial. Amigo leal e sincero. Homem absolutamente incapaz de tomar qualquer atitude contra quem ou qualquer pessoa. Observara com muito cuidado os direitos humanos. Estimado e respeitado por todos os seus trabalhadores. Na sua modéstia, gostava de provocar o diálogo.
Sebastião Paes de Melo ou Basto Dona como era conhecido. Foi um varão de alto porte. Sua vida em todos os sentidos foi um padrão de dignidade. Muito cerimonioso e respeitador. De uma lealdade comovente. Foi nosso amigo e vizinho. A sua amizade representava algo de muito importância para nós.
A morte estendeu os braços para ele depois de 77 anos muito bem vividos.
*Jornalista, historiador e advogado / Garanhuns, 15 de dezembro de 1979.
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