Fiquei muito emocionado e com o coração agradecido, quando recebi o convite das queridas irmãs missionárias de Nossa Senhora de Fátima do Brasil para falar um pouco sobre o Monsenhor Adelmar da Mota Valença e da minha convivência com ele.
O que posso dizer é que padre Adelmar foi e continua sendo um dom para a Igreja. Nos últimos 5 anos de monsenhor convivi diretamente com ele e até tive a graça de no dia de sua partida para o céu, ficar o dia inteiro na capela do seu e nosso querido Colégio Diocesano velando o seu corpo, rezando o tempo todo o terço e recebendo as pessoas; tive um momento pela manhã que fiquei sozinho ao seu lado junto com uma sobrinha sua, e a esposa do professor Adilson.
Vejo tudo isso como bênçãos e graça de Deus para mim pobre e pequeno sacerdote, poder ficar até o fim com aquele arauto da fé, da moral e de amor à Igreja, isso muito me edifica.
O sacerdócio de padre Adelmar foi de fato intimamente ligado à oferta de toda Igreja ao sacrifício eucarístico, sua razão de ser, foi entre outros, o prolongamento no tempo do mistério da salvação pois celebrava a eucaristia diariamente com zelo e ele se confundia com esse mistério tornando-se com cristo "vida pura, santa e imaculada" e com a eucaristia cotidiana alimentava o povo santo de Deus.
A grandeza de padre Adelmar supõe em cada um de nós sacerdote de cristo, sua imitação. É por isso que a nossa vida deve estar orientada a reproduzir o modelo supremo, que é Jesus Cristo.
A sacerdote não vive em função de si mesmo, nem foi consagrado para realizar sua vontade. Deve estar totalmente disponível, e isso viveu integralmente o momento Adelmar no Colégio Diocesano, tendo o colégio como sua paróquia, sua casa, sua vida e os alunos seus filhos.
Graças a Deus sua vida e o seu testemunho continuam vivos em nosso coração, na Igreja e no colégio, pois no mundo de hoje, submetido ao secularismo é necessário que figura como Monsenhor Adelmar continuem vivos em nossa memória para não nos deixar instrumentalizar pelo que chamamos de civilização.
Lamentavelmente, o influxo dessa perspectiva mundana e falaz se deixa sentir não poucas vezes dentro do corpo eclesiástico, por isso o testemunho, a fé e a humildade de um homem como monsenhor Adelmar nos faz viver com mais entusiasmo e alegria pois as sementes por ele plantadas estão germinando e dando bons frutos; por isso apesar de insegurança da modernidade sabemos que se permanecermos firmes seremos vitoriosos isso nos ensinou o padre.
Um certa vez padre Adelmar me disse: "Silvano o melhor remédio para curar nossas feridas é o silêncio interior e aguardar o dia de amanhã sem muitas respostas para os acontecimentos, sem querer resolver logo as coisas devemos confiar na providência divina e quando menos esperamos tudo será resolvido". São essas poucas palavras e o meu testemunho sobre esse homem de Deus.
Obrigado às missionárias de Fátima pela oportunidade e que o bom Deus as abençoe.
Fonte: Monsenhor Adelmar da Mota Valença - Vida e Obra - Centenário de Nascimento 1908 - 2008 / Irmãs Cândida Araújo Corrêa e Maria Mirtes de Araújo Corrêa. Acervo: Memorial Ulisses Viana de Barros Neto.
Foto: Mons. Adelmar e Padre Silvano Machado da Silva.
Nenhum comentário:
Postar um comentário