Fui ao lançamento de Nivaldo, na Livraria da Jaqueira. Vi muita gente, revi alguns amigos. Lá fora as pessoas riam, conversavam, cantavam. Ninguém parecia preocupado com a vida. Talvez porque a vida seja isso mesmo: conversar e cantar. Só que não é. Também tem choro, sofrimento, dor. Mas é preciso conversar e cantar para continuar vivendo, né? Penso que em casa todos deixaram as angústias particulares e, guardados no armário, certo segredos universais. Como, por exemplo, a vontade de ser feliz. De amar e ser amado. Perdoar e ser perdoado. Acertar no cuidado com os filhos, os pais, os vizinhos, os amigos, os amores. De ser gentil, sempre, de ser alegre quase sempre. Todos têm, cada um a seu modo, essas preocupações, mas o mundo gira e o tempo é tão pouco para tantas coisas... Todo mundo tem, queira ou não queira, essas dores, essas angústias, mas tudo isso faz parte da condição humana, não é? Cada um de nós é todo mundo, e todo mundo é ninguém. Em cada face eu vi, ali na livraria, sua face, minha face, todas as faces. A sua face, que me vê, e também a sua, que me lê. Você que me lê também me vê, porque o coração tem razões que a própria razão desconhece – lembra? Voltei pra casa e aqui da varanda, a lua no céu, ouço Summertime. E, enquanto penso, penso que mesmo assim, e apesar de tudo, rindo ou chorando – sempre há lágrimas! - todos lutam, porque viver é lutar. Viver não é vencer, mas enfrentar a cada dia que nasce a vida que se finda. O que importa mesmo é aprender. A amar, perdoar, compreender. E lutar, lutar, lutar. Nenhuma alma nunca será pequena, porque maior será sempre a vida. A que vivemos e a outra, aquela que nos pede apenas coragem, como disse o Rosa. E que por ser tão breve, e leve, e fugaz, é que me faz escrever este bilhete para dizer que te amo.
quinta-feira, 24 de fevereiro de 2022
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