Foi sagrado na Catedral de Sobral por Dom José Tupynambá da Frota, tendo como Consagrantes Dom Aureliano Matos, Bispo de Limoeiro do Norte - Ceará e Dom Luis Mareli, Bispo de Caxias - Maranhão, em 12 de dezembro de 1948, tendo como lema: "INSTAURARE OMNIA IN CHISTO" (Restaurar tudo em Cristo).
Seu brasão era constituído de um campo azul significando, o Manto Maternal de Maria "SOB CUJA PROTEÇÃO SEMPRE VIVIA" e de uma Cruz com as cinco chagas de Cristo.
A Sagração de Dom Expedito foi uma festa muito bonita. Nunca tinha acontecido uma Ordenação de Bispo em Sobral. A cidade ficou cheia de padres e de seminaristas. Naquele tempo todos de batina preta, com suas faixas. Os Bispos todos de vermelho, com cauda...
Padre Expedito estava feliz, muito compenetrado, levando muito a sério tudo o que estava acontecendo. Dona Zuleica, que estava presente, conta que ele suava muito. Sobral foi sempre muito quente. Dom José estava muito feliz, pois era o primeiro Bispo que ele consagrava. Ele o tinha como um filho. Fora privado de suas ordenações diaconal e presbiteral porque aconteceram em Roma. Mas agora o sagrava como Bispo da Igreja, aquele menino pobre que ele praticamente criou no seu palácio, ajudando em sua casa, e que se destacara tanto nos estudos, na piedade e no zelo apostólico que agora estava sendo sagrado Bispo".
"Chamou a atenção o fato de o pai de Dom Expedito, o Sr. Edésio, não comparecer à missa de Ordenação Episcopal do próprio filho. Dona Terezinha, irmã de Dom Expedito, disse que o pai não veio porque não tinha sapatos. Realmente há de se louvar a simplicidade e a pobreza desta família... Também a casa deles estava cheia de gente e Dona Noeme, mãe de Dom Expedito, fez um almoço em casa para os pobres, as pessoas que vieram dos sítios e que não queriam comparecer às festas solenes...
"O mesmo amigo de Dom Expedito que publicou o artigo Evocação de um amigo da Revista "Flos Carmeli" de dezembro de 1957 continua seu depoimento como segue:
"No dia da sagração ele deixa o Palácio Episcopal e se dirige sozinho à residência dos seus genitores e penetra radiante de felicidade do seu lar pobre. Na sala, abraça o seu pai, beijam-se as mãos reciprocamente. O seu pai o recebe na sua simplicidade habitual, sem paletó e sem gravata. Dirige-se ao interior da casa e vai ao encontro de sua mãe que o abraça emocionada e, habilmente, para que a velhinha não tivesse tempo de derramar lágrimas, pede com uma certa urgência uma camisa para mudar e a velhinha se apressa a atendê-lo e, enquanto isso, aquela grande surpresa toma feição de rotina".
"Lá na cozinha, está a preta Isabel, um velhinha que eles chamavam de "santa", que cuidou da sua primeira infância, um dos esteios daquela casa no trabalho e na oração; um abraço comovido sem palavras".
"Retira-se novamente e vai para o palácio onde deveria almoçar com os demais Bispos Sagrantes e Consagrantes".
"À tarde houve crisma na Igreja do Menino Deus, tendo sido crismado em primeiro lugar o seu afilhado Alberto. Foi uma distinção ao seu velho amigo".
"Ainda em Dezembro, Dom José tinha crisma marcada em Santana do Acaraú - CE que era a terra da mãe de Dom Expedito. Dona Terezinha foi com a mãe dos dois para a missa e lá estavam os parentes de Dona Noeme. Um deles disse: "Parabéns Dom Expedito, o senhor é um santo". E Dom Expedito teria dito:, apontando para sua mãe: "Santa é esta mulher que me deu a vida". (Fonte: Dom Francisco Expedito Lopes - Bispo Mártir de Garanhuns | Autoras: Irmãs Cândida Araújo Corrêa, Maria Mirtes de Araújo Corrêa e Terezinha Araújo Corrêa.
Fotos: (1) - Lembrança da Sagração Episcopal de Dom Francisco Expedito Lopes (2) - Dom Expedito no Congresso dos Bispos no Rio de Janeiro.
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