O líder não se faz, não se fabrica. Ele nasce com características próprias. Surge naturalmente de acordo com as circunstâncias. Muitas vezes, do jogo livre de certas paixões incontroláveis, o mundo vê, aqui ou além, surgir figura carismática de estadista, que se for fiel à sua vocação poderá traçar rumos definitivos no tempo e no espaço. Não adquiri os caracteres mesológicos, embora reconheça que o meio tem muita influência. Influenciar é uma coisa e definir as condições, é outra. A imposição do meio quando chega atingir às raias de sua força não cria um líder. Gera um medíocre sem força de decisão.
Não há nada mais prejudicial ao desenvolvimento da capacidade humana, do que o medíocre que pretende liderar. Por incrível que pareça esses caricatos merecem respeito. São figuras pontilhadas de luz e sombra. São aves migratórias no contexto da paisagem política, prestes a levantarem voo em busca de paragens mais quentes.
O que constitui o líder, propriamente dito, e é sem dúvida, a faculdade. A esse respeito ele pode ser mais ou menos desenvolvido. O ponto culminante conquistado pelo condutor das massas é a maneira elegante de conduzir o diálogo. Jamais se afasta das competições. A sua presença transforma tudo que lhe rodeia. Não provoca e nem aceita provocação. O lado negativo de sua personalidade só existe como temática da própria condição de ser humano. É um centro de sanidade no meio conturbado pelas opiniões. Guiado pelo bom senso, o seu juízo é claro e as atitudes são definidas. Os falsos são sempre anti-líderes... Quando concentram o poder em suas mãos, não há mais para eles senão inimigos. Vivem sempre em deslocamento físico, fugindo de todos, e de si mesmo como se estivessem constantemente atacados.
Desconhecem que o companheiro é quem come o mesmo pão. E, o pusilânime é quem tem a alma pequena e mesquinha. O verdadeiro líder é sempre atencioso e solícito. A sua palavra convence e estimula o desejo de servir. O perigo da insegurança se tornará irresistível na medida em que faltar a coragem de enfrentar a mudança das estruturas de escravidão. Para tanto é imprescindível que o homem que se propõe a ocupar cargos de direção, rompa a crosta de egoísmo.
E, de braços abertos revele que a humanidade de todos os recantos do mundo e a da sua comunidade já se encontra num período de crescimento. Esse assunto é sugestivo, e vale a pena ser meditado, pelos nossos políticos, a fim de melhor enfrentarmos problemas, mistérios, e desafios dos tempos atuais.
*Dr. José Francisco de Souza | Advogado, jornalista, cronista e historiador | Garanhuns, 14 de Maio de 1977.
Foto: José Cardoso da Silva. Foi um dos maiores líderes populares da história de Garanhuns. Lutou contra a Ditadura Militar (1964-1985), e sempre esteve ao lado dos mais pobres.
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