Maria Maura de Melo
Se a consciência me dissesse um dia,
A onde mora e onde existe a alegria,
Que vejo no olhar de muita gente,
Talvez destes grilhões me libertasse
Esta tristeza, esta mágoa me deixasse
E a vida me sorriria docemente.
Duas forças me tornam quase morta,
Uma passa por mim e fecha a porta,
Outra zomba de mim sem compaixão.
Minh'alma de sofrer, já não resiste,
Nem o vigor que o viver consiste,
Porque sinto gelar-me o coração.
E vão passando assim meus dissabores,
meu peito não tem crença nem amores,
Nem o meus dias tem mais luz.
Não posso mais viver desta maneira.
Suportar esta vida de canseira,
Carregar sobre os ombros, imensa cruz.
Águas Belas | Ano 1986.
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