Raimundo de Moraes (foto)
Nos tempos idos, a pessoa que era portadora de um título científico e ostentava, vaidosamente, um anel simbólico, oferecia à essa conquista cultural, a áurea luz dos seus conhecimentos, esses ornamentos cientificavam o resultado de uma longa peleja estudantil, atravessando às classes e vencendo às disciplinas até chegar-se ao término da jornada escolar. O aproveitamento dos alunos, em termos de aprimoramento e de perfeição, relativos à carreira científica que postulavam, assemelhava-se a uma árvore frondosa em cuja sombra abrigavam-se o Anel e o Título, aguardando alegremente a honra aprazada da sempre lembrada colação de grau.
Pensando bem e sempre envoltos na sutileza e segurança da linha dos justos conceitos, nunca nos foi possível definir, classificando uma posição. Não sabíamos, em verdade, se o prazer estava envolvendo os portadores desses troféus escolares, ou se ao contrário, os anéis e títulos é que experimentavam, a alegria de uma esperança que, para eles, tornara-se realidade. O conceito público, contemplado através da luz das personalidades humanas, atraíam respeito, confiança e consideração. O portador desses lauréis, identificava-se pelo porte respeitável do qual se poderia avaliar e sentir o alto nível dos seus conhecimentos culturais. Ninguém se daria ao bel-prazer de formular perguntinhas graciosas, como atualmente vem ocorrendo, em consonância com a leviandade, muito em moda, na hora presente, por que, com toda certeza, as respostas seriam autênticas, seguras e objetivas.
Era assim nos idos tempos, quando os fatos se relacionavam com os debates jurídicos e com pronunciamentos públicos, onde as palavras se erguiam asseguradas pela consciência dos conceitos e da linha vernacular. Não resta a menor dúvida, quanto a se afirmar que estamos assistindo o por do sol de temporada luminosa que se ensombra no acaso das distâncias mentais.
Atualmente, existem anéis tão humilhados, que preferiam ornar os dedos do querido e sempre lembrado Antônio Nazário, professor de danças nas ruas e consertador de roupas usadas. Isso, por que Nazário, usava no seu de ouro-baixo, cercado de pedras brancas, uma linda pedra verde, simbolizando o chuveiro, contudo exercia às profissões eficientemente, não era cabotino, não plagiava os pendores de outrem e não fugia à linha da verdade, era honesto e sincero.
Ante o poderoso reflexo que se projeta através do espelho da realidade, testificando os valores humanos, existem anéis e títulos que se consideram desvalorizados, por que os seus portadores nada significam nos meios culturais, onde o valor é a chave das realizações, por que preferem fazer vênia com o chapéu alheio, como tem acontecido até nos altos centros da própria vida parlamentar brasileira.
*Médico, jornalista, cronista e político | Garanhuns, 26 de março de 1977.
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