terça-feira, 7 de maio de 2024

Os educadores da terra de Simôa Gomes

Professora Almira da Mota Valença

Otávio Augusto*

Quando se fala de Garanhuns das décadas de 1950 e 1960, há de se referir os excelentes Educandários, e brilhantes Mestres que lá existiam. É verdade. Além do grande Colégio Diocesano, do Santa Sofia, do XV de Novembro, do Ginásio do Arraial, e do Colégio Estadual, existam também, três Seminários Católicos e um Seminário Evangélico que orientavam com grande eficiência, os vocacionados para servir ao Senhor como Sacerdotes ou Pastores.

Dos professores do Colégio Diocesano, alguns eram excepcionais até porque eram também professores dos Seminários, como era o caso do Beneditino Dom Gerônimo de Sá Cavalcante, que era do Mosteiro de Bento e ensinava francês, juntamente com a grande professora Luzinette Laporte, quem fui aluno durante sete anos, e que nunca deu uma palavra em português nas aulas de francês. A par disso, havia outros grandes professores como, por exemplo, professor Mário Matos que ensinava Ciências, o seu filho Maurilo Matos que ensinava Química, Levino Epaminondas de França que lecionava Português e Latim, além, naturalmente da grande mestra, e acho que falo em nome de todos seus ex-alunos, Dona Almira da Mota Valença, e a não menos grande, Dona Adisa Silvestre Valença. É óbvio que existiam outros mestres, mas que eu me lembre, com destaque de momento, apenas destes que eram do Colégio Diocesano, do Santa Sofia e também de alguns Seminários e do Ginásio do Arraial, Colégio Estadual e Ginásio Municipal.

Eu não tive a honra de ser aluno do glorioso Colégio XV de Novembro, mas sei de informações fidedignas, que os professores Jules C. Spac, William Breen, Ageu Vieira, José Bahia, Miss Nancy, e outros mais que eram de níveis extraordinários. Os dois primeiros ensinavam química e física, e os alunos do XV de Novembro, quase sempre passavam nos vestibulares que vinham fazer no Recife, pois, preparavam-se com grande eficiência nessas duas matérias que eram "puxadíssimos" nos vestibulares da época.

Do Santa Sofia, destacavam-se algumas freiras que vieram a pontificar não só no Estado de Pernambuco, como no Brasil, e no mundo, destas, eu convivi mais de perto com a Madre Maria Verônica (Mestra Geral), que era sinônimo de cidadã de dedicação à cidade de Garanhuns. Também conheci de perto Madre Maria Bernadete e Irmã Denise, valendo dizer, que a primeira chegou a ser diretora para o mundo da instituição a que pertenciam, e era a mesma no Colégio das Damas, da instrução cristã do Recife, e que tem sede na Bélgica. Já a Irmã Denise, quando fui vereador na cidade do Recife, a encontrei fazendo uma obra social de vulto no Alto José do Pinho, e isto, à época em que não se falava em ong's, etc.

Como resultado do excelente ensino transmitido por estes mestres, ocorreu de muitos alunos ao deixarem a cidade de Garanhuns, após concluir seus cursos secundários, e partirem para centros maiores, a procura da realização de um curso superior, e como consequência, não voltaram mais a terrinha, emprestando seus conhecimentos a lugares mais desenvolvidos, sendo que alguns deles destacaram-se nacional e internacionalmente, a exemplo de Mana (Regina), que foi batedora (cortadora) do time de voleibol do Santa Sofia, e hoje é uma grande pediatra em Brasília, assim como seu esposo José Luiz Zobi, que é agrônomo de renomado conhecimento internacional, sendo respeitado mundialmente, pelo vasto conhecimento que tem da agronomia doméstica. Disto tudo decorre, que Garanhuns é uma terra privilegiada, porque fez história a ser contada.

Só para ratificar o que estou dizendo, no Colégio XV de Novembro, naquela época, havia um estudante chamado Manuel Cipriano Filho (o goleiro Neco), que era um estudioso de física e química, e se atreveu a fazer um foguete de pequenas proporções naturalmente, mas, que subiu, e caiu no campo de futebol do colégio. Vale dizer, em Garanhuns se estudava porque sabíamos que só o estudo nos levaria a algum lugar. (*Advogado e jornalista | Recife, julho de 2008).

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